Coronavírus

Coronavírus

COMITÊ CIENTÍFICO DE APOIO AO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DA COVID-19

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Introdução
NOTA TÉCNICA SOBRE A VARIANTE DELTA
REVISADA EM 09 DE AGOSTO DE 2021

Este Comitê Científico, atento à propagação da variante Delta do SARS-CoV-2, vem por meio desta nota renovar esforços de enfretamento à COVIC-19 no Estado, contando com o compromisso e responsabilidade de governantes e cidadãos para fazer frente a este novo desafio.

Nos últimos meses, muito temos avançado. A vacinação já atinge os grupos mais jovens e mais de 50% dos gaúchos estão vacinados com ao menos uma dose da vacina contra a COVID-19. Entretanto, não podemos baixar a guarda. Será preciso que se redefinam as estratégias locais e que se adotem os protocolos que respondam a este novo desafio epidemiológico-sanitário visando a preservação da atividade econômica e o desenvolvimento de nossos Munícipios e Regiões.

Isto posto:

CONSIDERANDO que a variante Delta do SARS-CoV-2 é a mais recente ameaça à saúde pública no mundo e já apresenta transmissão comunitária no RS;

CONSIDERANDO que se estima, por testagem até o final de julho 2021, a existência de 64 casos no RS (sendo 11 casos confirmados por sequenciamento genético e 53 prováveis casos identificados por sequenciamento parcial);
CONSIDERANDO a necessidade de redobrar esforços para enfrentar a transmissão dessa variante altamente contagiosa que pode infectar mesmo pessoas totalmente vacinadas (há dados que revelam que 75% dos infectados com a Delta estavam totalmente vacinados (CDC));

COSIDERANDO que pessoas não vacinadas correm um risco 10 vezes maior de adoecer gravemente ou falecer devido à COVID-19;

CONSIDERANDO que um estudo recentemente realizado pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças e publicado em pré-impressão no site da MedRxiv, indica que

a variante Delta é bem mais contagiosa do que a cepa original do vírus, com uma carga viral 1.260 vezes maior que a do vírus original;

CONSIDERANDO que mesmo pessoas vacinadas, uma vez infectadas pela variante Delta
– diferentemente das outras – podem apresentar alto risco de transmitir o vírus a outras pessoas da mesma forma que os não vacinados;

CONSIDERANDO que a OMS alerta para o risco de saturação dos sistemas de saúde devido à linhagem Delta;

CONSIDERANDO que o limiar para imunidade populacional a 70% para a variante original, 80% para as variantes Alfa e Gama seja acima de 90% para a variante

CONSIDERANDO o rápido crescimento da variante Delta em vários países, acarretando num aumento rápido de novos casos e aumento de hospitalizações, mesmo em locais que estão com uma cobertura vacinal mais adiantada em relação ao nosso estado e país (de acordo com dados das autoridades americanas e inglesas);

CONSIDERANDO que, por apresentar sintomas iniciais semelhantes ao resfriado comum, as pessoas, em particular as mais jovens, confundem os sintomas da Delta com um resfriado sazonal e, portanto, continuam saindo e se encontrando em grupos para festejar e, assim, transmitindo o vírus ao seu redor;

O Comitê Científico, RECOMENDA:
a) Reforçar as medidas preventivas tais como o uso de máscara (em locais fechados e sem ventilação);
b) Advertir para a vacinação contra a COVID-19 como medida mandatória para todos os profissionais e funcionários dos serviços de saúde;
c) Aumentar a comunicação social sobre a importância da vacinação e dos cuidados quanto ao protocolo sanitário, principalmente sobre os benefícios das medidas não farmacológicas na proteção contra a exposição ao novo coronavírus (ex.: uso de máscaras), a proteção da vacinação a partir da primeira dose, porém a necessidade da completude do regime para uma proteção completa em relação a variantes de preocupação, como a Delta;
d) Que empregadores estimulem a vacinação de seus funcionários e a observância do protocolo sanitário;
e) Reforçar as medidas sanitárias nas fronteiras, bem como a vacinação nesses locais, em virtude do crescimento de novos casos da variante Lambda, inicialmente descrita no Peru e que vem ganhando espaço nos países vizinhos da América Latina;
f) Reforçar a fiscalização de ambientes público ambientes fechados) como atentar para o uso de máscara nesses locais;
g) Reforçar os cuidados em ambientes de sala de aula, em virtude presencial das escolas e instituições, em um cenário de cobertura vacinal baixa e incompleta;
h) Reforçar que crianças são suscetíveis ao vírus e, com a presença de uma variante mais transmissível e que pode levar a um aumento substancial na carga como a Delta, devemos alertar ao quanto ao uso de máscaras, bem como o cumprimento do distanciamento entre as classes, além de manter as salas de aula bem ventiladas e arejadas;
i) Realizar uma comunicação clara à população sobre os riscos dessa nova etapa de enfrentamento da pandemia, e que precisamos que todos façam sua parte e se protejam para protegermos toda a sociedade nessa reta final rumo a cobertura vacinal.

Referência

1) CDC/USA, SARS-CoV-2 Variant Classifications and Definitions. 2021
2) Public Health England: Investigation of SARS-CoV-2 variants of concern: technical briefings. 2021.
3) WHO UN: Delta variant, a warning the COVID-19 virus is getting ‘fitter and faster’, 2021.
4) Gov UK: Vaccines highly effective against hospitalization from Delta variant. https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/a ttachment_data/file/1005517/Technical_Briefing_19.pdf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *