Xangô

Xangô

No Candomblé e na Nação dos Orixás, Xangô é considerado o Rei de Oyó, segundo filho de Iemanjá, e seu nome está associado a força e ao poder. É conhecido como um Orixá autoritário e poderoso, que decide sobre o bem e o mal e inspira aceitação inconteste de suas decisões devido a sua retidão quase inquebrantável.
Tem apurado senso de justiça. Considerado o deus do raio e do trovão, miticamente, o raio é uma de suas armas, que ele envia como castigo como final de um processo onde tudo é pesado.
Xangô também está associado a firmeza da rocha, duro e estável. Seu axé está concentrado genericamente nas pedras.
Como símbolo, Xangô tem o machado de duas lâminas estilizado, o oxé.
A popularidade de Xangô é tão grande que em algumas regiões como Pernambuco, seu nome é utilizado para a designação de todo um culto.
Toda a gravidade e firmeza atribuídas a Xangô não o afastam das características humanizadoras que possuem os Orixás do Candomblé. Seu ponto fraco seria a sensualidade devastadora e o prazer. Xangô teria tido três esposas, Iansã, Oxum e Obá.

Lenda

Xangô foi o quarto rei lendá-rio de Oyó (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, o Sol, os Raios, as Tempestades e os trovões.
Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores.
Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes.
Enquanto Oxóssi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá.
Orixá do fogo, dos raios e das tempestades, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relação com os Egunguns mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos,Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns Xangô era forte, valente, destemido e justo.
Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou- se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá.
Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessá- rio.
Tem também uma forte ligação comOxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.

Reza na Nação

Tamboreiro: Ebêo maiô, ebêo maiô, ebêo maiô, acareuáia Xangô maiô, acareuáia godô maiô
Resposta: Ebêo maiô, ebêo maiô, acaeuáia Xangô maiô, acaeuáia godô maiô
T: Alabataô cabecile adeô
R: Alabataô cabecile adeô
T: Oluôr Ogum Nabor ibor
Eléfa em Orixá aluor Ogum
Nabor ibor Eléfa no ebó
R: Idem
T: Aganjuéco minaué jejé orum jenjé aganjuéco minaué jenjé ori Xangô
R: Idem
T: Ogodoci emiremi Aganjú amiçaóra ogodomam eremi Xangô Aganjú amiçaóra
R: Idem
T: Aguntaô
R: Amiçaóra
T: Aladeum
R: Laumquerê
T: Obomaré
R: Querequê obomaré querequê
T: Chorou, chorou oni Godô
R: Idem
T: Chorou, chorou oni Xangô
R: Chorou, chorou oni Godô
T: Acumberi
R: Ara acumberi ara
T: Onipeni Xangô
R: Abado onipê oiabadô
T: Onipeni Iansã
R: Abado onipê oiabadô
T: Alabataô cabecile adeô
R: Idem
T: Oluor maidô Agodô maidô ateuaia Aganjú maidô ateuaia Godô maidô
R: Idem
T: Aganjuéco erepê
R: Aganjuéco saranhã
T: Saranhã acafamodé saranhã acafamodé
R: Oiá badilê saranhã acafamodé
T: Calulu calunudê
R: Anareum calunudê
T: Agodô sala sala são
R: Equeboreuá Agodo sala sala são equeboreuá
T: Nagorô naguiachaoro
R: Ago iê iê
T: Omodibau
R: Lai lai omodibau aie omodibau lai lai omodibau aie
T: Lai lai guiachaorô
R: Idem
T: Cão cabelecile omochirê omodibau
R: Idem
T: Cão
R: Cabecile ALUJÁ
T: Acachacha Xangô loufine anichangô achachá Xangô loufine anareuá
R: A a e aee a ae e aee
T: Calunudê calunudê é de cão cabecile ae é de Godô cabecile ae
R: Idem
T: Locundeô
R: Ara decum decum decá

AXÉ DA BALANÇA

T: Eliçô godô acaraô anicé anicé
R: Idem
T: Adeoo
R: Anicé anicé
T: Anicéum tapéraô
R: Anicéo abaorô

GEGÊ

T: Sobô undê
R: Acalum alarundê ae ae acalum alarundê
T: Ococundê
R: Acalum alarundê ae ae acalum alarundê

Xangô na Umbanda

Na Umbanda, Xangô é o Orixá da ordem, da justiça social, dos tratados, dos raios e tempestades, do trovão e exímio controlador das faíscas e descartas elétricas.
Do alto da pedreira, Xangô controla todas as forças naturais por intermédio dos astros, que respeitam a sua vontade. Nos terreiros de Umbanda, é representado por um machado, com o qual cruza o ambiente, protegendo da infelicidade todos aqueles que o procuram.
Possui um brado alto e impetuoso, gosta de fumar charuto e tem predileção especial pela cerveja preta.
Xangô Kaô- também conhecido como Xangô velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria que só o tempo e a experiência coroam.
Xangô Alafim-Echê- esta legião trabalha nas pedras solitárias dos caminhos ou das matas que servem de assento a viajantes ou caçadores cansados. Suas vibrações auxiliam os oradores, intelectuais, juristas e juizes, pois defendem integralmente a pureza moral.
Xangô Alufam- esta legião trabalha nas pedras dos rios, mares, cachoeiras, lagos e fontes. Alufam é considerado o protetor dos pescadores e responsável pela diretriz dos desencarnados, pois possui as chaves do céu.
Xangô Agodô- legião dos orixás que trabalham nas pedras e que estão dentro dos rios, nos seixos rolados, nas pedras iniciáticas e na pedra batismal. Xangô Aganjú esta legião trabalha na pedra da cachoeira, simbolizando a harmonia entre o amor e a justiça.
Xangô Abomi- é uma legião de Caboclos que trabalham nas montanhas de pedra ou cadeias de montanhas interligadas como as cordilheiras, serras, etc.
Sua força é muito solicitada nas horas de aflição, quando se perde algo, além de proteger o casamento.
Xangô Djacutá- esta legião é mais conhecida como a do Deus do Trovão e Senhor dos raios, coriscos e meteoritos. Djacutá também significa pedra. É o comandante da legião dos Caboclos que trabalham na pedra do raio e do meteorito, simbolizando a justiça que vem do alto.
Sua força é muito solicitada nas horas de aflição causadas pelas injustiças provocadas por outras pessoas.

Arquétipo dos filhos de Xangô

Os filhos de Xangô são donos de personalidade ultramarcante, articuladores políticos, competentes, apresentam forte dose de energia, acompanhada de muita autoestima.
Xangô é um Orixá vaidoso e sociável, seus filhos acabam herdando estas características naturalmente. Geralmente seus filhos são autoritários, seguros, líderes por excelência, educados, porém, temperamentais; não gostam de serem contrariados ou questionados em especial quando já tenham dado um assunto por encerrado.
Quando isso ocorre, costumam postar-se violentos e incontroláveis, passando por cima de tudo de maneira impiedosa e demolidora, uma vez que “justiça foi feita”, tendem a se acalmarem e voltam a seu estado inicial.
Saúde: Os filhos de Xangô geralmente ao longo da vida apresentam problemas cardiovasculares, dores no estômago, cabeça, nevralgia, intestinais, pulmão, fígado, pressão alta, nervos enfraquecidos e insônia.

Senhor da Justiça: características

Nome: Xangô, Shango
Filiação: Oranhiã e Iemanjá
Saudação: Kabiencille Xangô, Kawó-Kabyesilé,Caô Cabelecile
Classes: Ibeijis, Agandjú e Agodô
Cores: Xangô Ibeiji: vermelho, branco e amarelo; Xangôs Agandjú e Agodô: vermelho e branco
Elemento: Pedra
Domínio: raio, trovão e justiça
Saudação: Cao Cabecile
Comida: Amalá, rabada de boi, caruru de quiabos
Metais: chumbo, cobre e bronze
Frutas: Banana, manga, morango, caqui, castanha, avelã, romã, jambo e cacau
Dia da semana: terça-feira (Nação)
Símbolo: Oxé (machado de dois lados)
Datas comemorativas: 24 e 29 de junho e 29 e 30 de setembro.
Sincretismo: Ibeiji: São Cosme e São Damião; Agandjú: São Miguel Arcanjo; Agodô: São Jerônimo e São João Batista
Ferramentas: balança, livro, pilão com mão de pilão, oxé, raio com três segmentos, estrela com seis pontas, pedra de fogo, caneta ou lápis, machado de dois lados, espada.
Árvores e plantas: bananeira, cacaueiro, carvalho, louro, jacarandá, caqui, gameleira, morangueiro, castanheiro, aveleira, cipreste e angico.
Ervas: Orô, Levante, Guiné, Dinheiro em Penca, Fortuna, Trevo, Agrião, Fios-de-pedra, Quebra-pedra, Erva-de-Xangô, Caruru, Quebra-tudo, Folha-do-quiabo, Folha da bananeira, Manjerona, Marapuama e Ipê.

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